Poesia

Soneto à prole

Claude Monet [The cradle], 1867 (Detalhe)

Há bosquejo meu em tua tenra alma
Maquete nossa em tal ventre matriz
Que muito o embala, acalenta e dá calma
Partícipes em teus sonhos pueris

Dez mil mandamentos já tenho a dar-te
Lei de limites tais que nos libertam
A maior das heranças te deixo: a arte
Que gozos valiosos nos despertam

Rabiscamos alguns nomes a dar
Elucubramos a face vindoura
E resistimos ao medo que vem

Aprendemos as canções de ninar
Parte de sagrada missão caloura
Colocar para dormir o neném

Anderson C. Sandes — Março de 2022

Published by Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *