O professor Ernst Gombrich conta-nos em sua obra A História da Arte que, por volta de 1520, a pintura havia atingido o auge da perfeição. “Homens como Michelangelo e Rafael, Ticiano e Leonardo conseguiram levar a cabo tudo o que as gerações anteriores haviam tentado realizar”, disse ele.
Logos X Legos: a guerra poética que a direita inculta não percebe
Este é um assunto complicado, do qual pretendia falar há cerca de dois anos, mas sempre temi ser mal compreendido — normal para um poeta na modernidade —, taxado de arrogante e coisas do tipo. Mas, como num lampejo de obviedade, percebi que, quando o assunto é cultura, a taxa de leitores cai, e quando se trata de compreensão, os números descem ainda mais.
O Brasil não tem povo
Num arroubo poético, em 1922, Lima Barreto afirmou que “o Brasil não tem povo, tem público”. A frase estava inserida num contexto futebolesco, mas acima de tudo, num espírito brasileiresco, país do futebol (e do carnaval).
“Coringa 2” e a semelhança com “Dom Quixote 2”
Alerta de duplo spoiler! — “Coringa: delírio a dois” é quase que uma remontagem de Dom Quixote e eu posso demonstrar: Dom Quixote representa o louquinho, deslocado da realidade, transforma moinhos de vento em monstros perigosos, como fazem as cabeças repletas de ideologias de hoje, não é mesmo?
Escritores, crianças e Freud explicando…
Nós, leigos, sempre sentimos uma intensa curiosidade […] em saber de que fontes esse estranho ser, o poeta, retira seu material, e como consegue impressionar-nos com o mesmo e despertar-nos emoções das quais talvez nem nos julgássemos capazes — Sigmund Freud, O poeta e o fantasiar (1908)
Quando os filmes de heróis vão saturar?
Quando o assunto é arte, uma coisa é certa: em algum momento essa e aquela tendência vão saturar, esgotar. Isso ocorre na literatura, pintura, arquitetura e também com o cinema. Determinada corrente, escola ou movimento passa a não responder mais aos anseios daquele tempo, passando então à substituição, incorporação, absorção ou até ostracismo.
Teoria platônica da beleza: o que é o belo em Platão?
Platão acreditava no chamado Mundo das Ideias que, grosso modo, consistiria numa espécie de reino transcendental e eterno de formas ou ideias perfeitas. Para o filósofo, esse mundo das ideias seria a verdadeira realidade, enquanto o mundo físico que percebemos com nossos sentidos é apenas uma sombra ou reflexo imperfeito desse mundo das ideias. Essa ideia, claro, iria nortear a sua visão sobre a beleza.
C. S. Lewis e as 4 características de um verdadeiro leitor
C. S. Lewis, famoso escritor irlandês e apologeta cristão, nos apresenta quatro características de um leitor de verdade:
O destino da comédia e algumas digressões
“[…] a comédia é uma imitação dos nossos erros comuns, os quais o cômico representa da maneira mais ridícula e desprezível que se possa imaginar a fim de sustar qualquer desejo que um espectador possa ter de cometê-los” — Sir Philip Sidney, Defesa da Poesia
O fim da magia na arte circense
Respeitável público… Senhoras e senhores… nesse sábado fui ao circo. Tinha palhaço, malabarismo, dança, globo da morte entre outros espetáculos. Olhares de decepção estavam estampados nas caras de meus companheiros de plateia, que fitavam o picadeiro ora pela tela dos malditos smartphones, ora com os próprios olhos. Reparei logo de cara um segundo problema: o público…