Poesia

Soneto de tímido

René Magritte [The Son of Man], 1946 (Detalhe)

Oh, ser estranho, permaneça fechado
P’ra que não fujam teus monstros
E que não haja muitos encontros
Entre tu, libertador, e o libertado

Tranca os demônios dentro de ti
Faze do peito os seus abrigos
E que os pensamentos sejam amigos
E que não chame atenção para si

Dai privação a este tímido
Talvez assim ele o queira
Dai-lhe o direito de ser mais alegre

Sinta-se talvez um ser remido
Deixa-lhe abrir-se à sua maneira
Quiçá já lhe baste a vida que segue

Anderson C. Sandes — Março de 2016

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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