Que descansa em paz? Não, querido leitor, eu não estou morto. Quem vos escreve não é um espectro branco e perturbado, é um poeta amarelo, que descansa em paz.
Reparou na belíssima capa? Tem como fundo a obra La Siesta, de Van Gogh, pintor sobre qual Mário Quintana reflete: Se não fosse o Van Gogh, o que seria do amarelo? Veio bem a calhar, uma obra de Van Gogh adornando a obra de um poeta amarelo, envelhecido.
Na pintura em questão podemos observar um casal que descansa sobre fardos; fardos que terão de carregar depois do descanso. Oh, e quem não tem fardos a carregar? Pergunto eu. Mas o que nos impede de repousarmos sobre os mesmos?
Eis o significado desta obra: o poeta é mais que um menino que carrega água na peneira[1], é alguém que carrega fardos, e mais ainda, alguém que repousa sobre tais fardos. Convido-te, querido leitor atento, a descansar; repousai sobre fardos que são meus, e descobrirás que temos, sim temos, fardos em comum. Esta obra é baseada em fardos reais. Boa leitura!
[1] Referência ao poema O Menino Que Carregava Água Na Peneira, de Manuel de Barros.
Zé Santos says:
Parabéns