Neste poema faço uma brincadeira com termos musicais. Tento a achar que a música é a manifestação de arte mais lesada, danada, e banalizada hoje em dia. Por estar cada vez mais digitalizada e ter muito apelo popular e de mercado, a música passa a ser uma arte que qualquer um pode fazer. Não vejo muita gente publicando livros, pintando telas ou escupindo por aí, como aqueles que fazem música (e ruim). Por quê? Porque para fazer música hoje em dia, não precisa de conhecimento, de técnica e sequer inspiração ou transcendência. Realmente uma pena.
Hoje faz Sol. Ontem fez Dó
Anderson C. sandes — Maio de 2014
Como instrumento desafinado
Ando de Ré a caminho de Lá
Na percussão de meus passos
A brisa me vem com harmonia
E o canto das aves em partitura
Pisando em solo, em terra dura
Vou ouvindo a sinfonia
Se dormires, peço que acordes
Pois esta canção que ecoa
É demasiada rara. Notas?
Em adágio segue o mundo
Não obstante ligeiro.
O tempo maestro segue a orquestra
E eu a aprecio primeiro.