Essas vilinhas bucólicas
Anderson C. Sandes — Dezembro de 2016
Quiçá melancólicas
Com bodes amarrados em algarobeiras
Recordam-me algo que fui, talvez.
Falo de um sujeito mais manso . . .
Nem sei . . .
Hoje sou mais como aquele
Rio seco, agreste . . .
Eu até vou p’ro destino
Mas me arrastando
Como lágrimas em face rugosa
Lágrimas d’um olhar seco
Olhar que observa bodes
Em vilinhas bucólicas
Fartas de algarobeiras
E vê nisso poesia
(E os bodes me olham… Com olhos mais úmidos que os meus).
De passagem

Nicolas Poussin [Landscape with a Calm], 1650–1651 (Detalhe)