Um poema que, na voz e violão de Gil Silva, amigo meu, tornou-se canção. O eu lírico expressa falta de pertencimento, solidão, desmotivação, dúvidas. Expressa contrastes e sínteses das coisas que vê: aves felizes voando em meio à fumaça; sorriso amarelo (expressão de falsidade) combina-se com azul (símbolo de euforia), resultando num verde sem graça, etc.
Pra falar a verdade, eu nunca entendi
Anderson C. Sandes — Novembro de 2014
O que aqui dentro se passa… O que aqui dentro se passa
Só há duas estações, um mundo frio
Outono e inverno, ciclo vazio
E eu olho os velhinhos sentados
Olhando pro nada…
E aves voando felizes
Em meio à fumaça…
Num sorriso amarelo e azul
Um verde sem graça…
Andando sozinho no escuro
Longe de casa…
Pra falar a verdade, eu nunca entendi
O que lá fora se passa… O que lá fora se passa…
Só há duas palavras, paralelo incomum
Paz e guerra, não cabe mais um
E eu olho as crianças correndo
Correndo por nada…
E aves mui tristes voando
Em meio à fumaça…
Num sorriso amarelo e azul
Um verde sem graça…
Andando sozinho num dia
Longe de casa…
Faça chuva ou sol, eu nunca entendi
O que acontece lá em cima… O que acontece lá em cima…
Duas coisas podem ser, um não e um sim
Tudo ou nada, não depende de mim
Pra falar a verdade, eu nunca entendi
O que aqui dentro se passa… O que aqui dentro se passa
De repente me vejo andando
Andando pro nada…
E aves com pressa voando
Em meio à fumaça…
Num sorriso amarelo e azul
Um verde sem graça…
Andando sozinho no mundo
Longe de casa.