Migram as aves p’ro meu coração
Anderson C. Sandes — Abril de 2016
Eis que findou meu inverno
Nesse inferno de frieza
Nesses lagos congelantes
Onde meu Narciso feio se contempla
E acha bela sua estranheza
Cantam as aves em meu coração
Quebrando em mim todo silêncio
Silêncio agora que encanta
Que encara, que canta, e conta
Conta, em cada canto, um causo
Encheu-se de aves o meu coração
Não é agora tão vazio
Há flores, há lagos, há cores
Sem dores nas dores, apenas amores
Os cantos voam, as cores voam
Voam p’ronde querem, o tempo voa…
Aprendi a voar
Aprendi no tempo a voar
Aprendi no amor a amar
Agora eu voo em direção do amor
