Crônica, Texto

A admiração artística-filosófica em Palavrantiga e Povia

Todos têm um pouco de poeta e de filósofo — e de doido, diria minha mãe. Na cultura ocidental as relações entre poesia e filosofia já foram amplamente discutidas, desde Aristóteles e, claro, antes dele. Por questões semânticas, tomemos também por “poeta” o artista de modo geral, o criador. E por “poesia” entendamos a arte em geral, a criação artística.

Sobre Poesia

Poesia e Ideologia — Otto Maria Carpeaux

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Devo ao meu amigo José de Queiroz Lima a sugestão de aplicar à relação entre poesia e ideologia o resultado da leitura do livro Practical Criticism, da autoria do eminente crítico inglês I. A. Richards. Era uma leitura dificílima: um estudo muito técnico, baseado em documentação imensa, e que ficou — o próprio livro — no estado de documentação. Contudo, valia a pena: é talvez o primeiro livro rigorosamente científico sobre poesia. Vale a pena abrir as brenhas compactas dessas investigações psicológico-pedagógico-estéticas, reunindo-as a outros resultados, alheios e próprios, extraindo-Ihes uma doutrina. Vamos ver, então, que a poesia mais velha e a poesia mais moderna, igualmente, não se compreendem sem o conhecimento das ligações íntimas entre poesia e ideologia. Vamos ver, então, que o estudo de I. A. Richards é um dos livros mais espantosos que existem: um livro que abre novos horizontes ao mundo de luz da poesia, que abre novos horizontes ao mundo noturno da humanidade.

Texto

Aquele que fere: um ensaio sobre a dor

Professor Morteza Katuzian [Menina triste], 1986 (Detalhe)

O que tenho eu nesta vida para cuidar além de algumas feridas? Perguntei-me durante uma de minhas curtas e constantes crises existenciais. Quem não tem uma dessas pelo menos uma vez por semana? Logo me veio à memória algumas leituras que fiz, que tratam sobre a dor, pois quando se fala em feridas abertas se fala em dor — e sofrimento —. Fiz um paralelo entre essas memórias.