Texto

Três motivos fundamentais para aprender a gostar de Poesia

O Parnaso (1511) by Rafael Sanzio

Longe de mim, caro leitor atento, intencionar mero utilitarismo à poesia. De tal escola passo ao largo, vendo poesia — poíesis (ποίησις, no grego) — como: ato de criar ou fazer, como matriz, e por vezes nutriz, não como mero artifício, técnica, ou gênero literário com fins supostamente úteis. Oscar Wilde certa vez escreveu: “A Arte é completamente inútil”in O Retrato de Dorian Gray. Tendo a crer que o escritor disse, de modo tímido e com foco em outras questões, que a arte está para além das utilidades, pois a transcende num arroubo sublime, quase que viva, permitindo-se ser utilizada vez ou outra. Nunca ouvi alguém questionar o porquê da beleza da natureza ou de obras humanas, apenas expressam seus sentimentos em poucas interjeições indignas. Certa feita até já cunhei em médio discurso, como que impelido pelas musas: “a poesia não serve, pois é senhora”.

Infantil, Texto

A coisa mais bela do mundo

Frans van Mieris I [The Letter Writer], 1680 (Detalhe)

Em elucubrações com meu amigo Gil Silva surgiu este texto. Discutíamos sobre qual seria a coisa mais bela deste mundo no âmbito secular e do conhecido. A conclusão a que chegamos seria que, sem palavras, nada seria tão belo assim. Portanto, de modo quiçá inocente, concluímos por fim, que a coisa mais bela do mundo seriam as palavras. Para um poeta, foi uma agradável conclusão.