Poesia

Silêncio

Criança dormindo no berço (1928) de Hermann Knopf

Deleito no silêncio de minha voz
No silêncio da criança e suas bonecas
Das panelas a borbulhar no fogo
Da brisa que invade a casa com suas companheiras de estação:
As flores da mangueira

Deleito nos braços do silêncio
Silêncio ruidoso, todavia
Ruído branco, comum
Silêncio vernacular
Íntimo, de casa, do lar

A gente se acostuma com bagunça
Com chão sujo
Com o caldo de brinquedos espalhadas
Com sustos, cansaço, surpresa
Balbuciares curiosos
— Onde ela aprendeu isso?
— Não foi você?
E amiúde:
— Quero ver a lagartixa bem pequenininha

Silêncio
Ria com cuidado, leitor!
A neném está dormindo agora

19 de agosto de 2024

Inscreva-se no Parnaso, o meu boletim, para receber conteúdo sobre os seguintes temas: poesia, biografias, pintura, arquitetura, estatuária, etimologia, literatura, música e muito mais. Tenha um conteúdo cultural relevante e profundo — sem pedantismo e prolixidade —, fugindo dos temas comezinhos e banais do dia a dia. Ao preencher o formulário abaixo, você estará de acordo em receber nossos e-mails de notificações.

Published by Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *