Poesia

Hoje velho

Nicolas Poussin [Landscape with Saint John on Patmos], 1640 (Detalhe)

Um poema sobre a velhice. Uma velhice repleta na esperança de um salvador que preparou um lugar para aqueles que creem. — Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. [João 14: 1-3]

Me viste menino
Me viu envelhecer
Meu grande amigo
Verás-me morrer.

Cuidarás de meu nome
Assim me prometeu
Será com meus filhos
Sim, sei que serás.

Dia após dia colocarás uma
Pedrinha sobre meu túmulo,
Fundo e em terra limpa.

Quando tocares trombeta
Para mim, acordarei, e irei a
Teu encontro. Correndo.

Me ensina a voar? Dá-me asas.
Diz-me o nome de cada um
De teu coral.

Permita-me acordar em Israel,
Terra de meu pai.
Quero andar em ruas de
Ouro, descalço, a pé.

Quero cozer meu próprio pão,
Plantar minhas vinhas em pomar.
Ter vida simples.
Mora comigo?

Vamos compor canções na viração
Do dia, embaixo da grande
Arvore. Depois voar, apenas voar. Contigo.
Eterno amigo.

Anderson C. Sandes — Outubro de 2013

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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