Fichamentos e Resenhas

O Elogio da Loucura — Erasmus de Rotterdam

Citações da obra de Erasmus de Rotterdam: O Elogio da Loucura. Cabe lembrar que o discurso da obra não é exatamente o pensamento de Erasmus; a obra trata-se de uma sátira em que o autor seria a personagem da Loucura.

[…] que mais poderia convir à Loucura do que ser o arauto do próprio mérito e fazer ecoar por toda parte os seus próprios louvores? — Erasmus de Rotterdam

[…] quanto mais entra na velhice, tanto mais se aproxima o homem da infância, a tal ponto que sai deste mundo como as crianças, sem desejar a vida e sem temer a morte. — Erasmus de Rotterdam

Um homem que discorda de si mesmo poderá […] concordar com outro? Será capaz de inspirar alegria aos outros quem tem em si mesmo a aflição e o tédio? Só um louco […] admitireis que possa sustentar a afirmativa de tal opinião. — Erasmus de Rotterdam

Ora, só o divino amor próprio pode conceder tamanho bem. Em virtude do amor próprio, cada qual está contente com seu aspecto, com seu talento, com sua família, com seu emprego, com sua profissão, com seu país […] — Erasmus de Rotterdam

[…] o filósofo não é bom, nem para si, nem para o seu país, nem para os seus. Mostrando-se sempre novo no mundo, em oposição às opiniões e aos costumes da universalidade dos cidadãos, atrai o ódio de todos com sua diferença de sentimentos e de maneiras. — Erasmus de Rotterdam

Duas coisas, sobretudo, impedem que o homem saiba ao certo o que deve fazer: uma é a vergonha, que cega a inteligência e arrefece a coragem; a outra é o medo, que, indicando o perigo, obriga a preferir a inércia à ação. — Erasmus de Rotterdam

[…] assim como não há maior estupidez do que querer passar por sábio fora do tempo, assim também não há nada mais ridículo e imprudente do que uma prudência mal compreendida e inoportuna. — Erasmus de Rotterdam

[…] sustento que, em geral, as paixões são reguladas pela Loucura. Com efeito, que é que distingue o sábio do louco? Não será, talvez, o fato do louco se guiar em tudo pelas paixões, e o sábio pelo raciocínio? — Erasmus de Rotterdam

Santo Deus! Que é, afinal, a vida humana? Como é miserável, como é sórdido o nascimento! Como é penosa a educação! A quantos males está exposta a infância! Como sua a juventude! Como é grave a velhice! Como é dura a necessidade da morte! — Erasmus de Rotterdam

[…] sendo a loucura, como é, patrimônio universal da humanidade, e quando todos os mortais nascem, educam-se e se conformam com ela. — Erasmus de Rotterdam

[…] assim como o cavalo não é infeliz por ignorar a gramática, assim também não o é o louco, pois a loucura é natural no homem. — Erasmus de Rotterdam

A natureza é inimiga de todo artifício, e, de fato, vemos crescer mais felizes as coisas não contaminadas por nenhuma arte. — Erasmus de Rotterdam

[…] os sábios, em geral, só sabem dizer coisas melancólicas e, às vezes, confiando no próprio saber, permitem-se ofender os delicados ouvidos com pungentes verdades. — Erasmus de Rotterdam

[…] segundo o testemunho de Eurípedes, tudo o que o tolo encerra no coração ele o traz também impresso na cabeça e o manifesta nas palavras. — Erasmus de Rotterdam

Porque será que os príncipes não gostam de prestar ouvidos à verdade? E porque detestam a companhia dos filósofos? […] isso se deve ao medo que têm […] de encontrar […] algum petulante que se atreva a dizer o que é verdadeiro e não o que é agradável! — Erasmus de Rotterdam

[…] os príncipes, em lugar de ficarem indignados, riem-se de todo coração quando um tolo lhes diz coisas que seriam mais do que suficientes para enforcar um filósofo. — Erasmus de Rotterdam

A ignorância tem, pois, dois grandes privilégios: um, que consiste em estar de perfeito acordo com o amor próprio, e outro, que consiste em trazer em si a maior parte do gênero humano. — Erasmus de Rotterdam

[…] seríeis duas vezes ingênuos se quisésseis elevar-vos acima do nível comum, com […] vossa ciência filosófica. […] ao ponto de não saberdes tolerar mais ninguém e de não poderdes por mais ninguém ser tolerados. — Erasmus de Rotterdam

Os homens, enfim, querem ser enganados e estão sempre prontos a deixar o verdadeiro para correr atrás do falso. — Erasmus de Rotterdam

[…] a loucura tem uma força maior do que a razão, porque, muitas vezes, aquilo que não se pode conseguir com nenhum argumento se obtém com uma chacota. — Erasmus de Rotterdam

Nave dos loucos — Hieronymus Bosch

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Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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