Poesia

O que há

Gerrit Dou [Astronomer by Candlelight], 1665 (Detalhe)

O que há entre o terno e o eterno?
Nem nó de gravata, nem paraíso!
Nem cerimônias, nem juízo.
Fartura ou pureza…
Vaidade ou nobreza.

O que há entre a espada e o mausoléu?
Nem honras, nem dores!
Nem lutas, nem flores.
Reinos ou glórias…
Derrotas ou vitórias.

O que há entre o tempo e a distância?
Nem horas, nem saudade!
Nem velhice, nem vontade.
Gerações ou caminhada…
Relógios ou estrada.

O que há entre você e eu?
Nem o terno, nem o eterno!
Nem espada, nem mausoléu.
Tempo ou distância…
Ocupação ou circunstância.

Anderson C. Sandes — Fevereiro de 2014

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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