Por mais que eu foleasse
todas as páginas,
me enterrariam sem
de nada eu saber.
Mas de um nada muito grande…Tão grande e profundo
que eu me afogaria.
Insisto: não sei nadar!
Não sei de nada…
Apenas me afogo.O que sei é muito pouco,
frente a tudo a saber
se torna nada.
Sei um pouco do que sou e…
pouca coisa mais.Pouco sempre tive
Anderson C. Sandes — Agosto de 2017
porque pouco sou.
E de pouco em pouco…
vou morrendo de fome,
sem poder saciar-me.
Pouco sou

Jean-Honoré Fragonard [Young Girl Reading], 1770 (Detalhe)