Teus olhos em perigeu me sondam
Anderson c. sandes, 30 de outubro de 2023 | Dia do fenômeno astronômico chamado Lua Azul
Conhece cada víscera de meu pensamento
Dá nome às quimeras que no peito rondam
Conta a rota dos pés em enfadamento
Lavra-me o rosto, em lágrima regas
Lança a semente, levanta e segas
Leva-me ao sopro, livra da sacudidura
Lembra-me a forja, da linda feitura
Sabes das vias dest’alma que pena
Do coração malquerente, obscuro
Cada pedaço em cheirume, Geena
Da lua azul me observa o futuro
Lavra-me as lágrimas, os rosto regas
Lança e levanta a semente, e segas
Leva-me e livra-me do sopro da sacudidura
Lembra-me da linda forja e feitura
Explanação técnica:
A primeira estrofe contém um paralelismo sintético (ABAB), o terceiro verso completa e enfatiza o primeiro, e o quarto verso completa e enfatiza o segundo. Na segunda estrofe trabalhei algumas aliterações, a segunda parte do verso repete os sons consonantais da primeira: lavra/rosto — lágrimas/regas, lança/semente — levanta/segas, etc. A terceira estrofe apresenta o mesmo paralelismo da primeira, e ainda amplia e enfatiza as ideias da primeira estrofe. A quarta estrofe segue o mesmo jogo de aliterações da segunda estrofe, mas invertendo o efeito: lavra/lágrimas, rosto/regas, lança/levanta, semente/segas, etc. O esquema de rima das estrofes um e três é ABAB, das estrofes dois e quatro é AABB.
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