Crônica, Texto

Crianças adultas e adultos criançolas

Algérienne (1871) by Jean-Baptiste-Camille Corot

O maior poema do poeta romano Horário chama-se Arte Poética. Trata-se de uma obra recheada de conselhos sobre poesia e teatro, em formato de carta, dirigida aos irmãos Pisões. A partir do verso 153, o poeta aconselha que os personagens de uma obra tenham um caráter e comportamento adequados às suas respectivas idades.

Poesia

Brevidade: um encontro com a vida

Still Life with a Skull and a Writing Quill (1628) by Pieter Claesz (detalhe)

“Brevidade” surge como produto daqueles dias em que a gente percebe, de repente, que a vida é curta demais para ser vivida no automático. É sobre parar em meio à caçada e deixar cair as armas, desistir das armadilhas e ouvir o mundo ao redor, com suas pequenas e insistentes belezas. O poema nasceu dessa pausa: um instante em que a própria máquina do mundo me disse que a pressa e a luta nem sempre são o melhor caminho para todos. A seguir, teremos o poema e, adiante, uma breve explanação, que revela seus símbolos e intenções.

Crônica, Texto

O poeta e o guardador de rebanhos

A Jutland Shepherd on the Moors, 1855, by Frederik Vermehren

O poeta como pastor de ideias: da simplicidade de Caeiro à força da metáfora que une criação e cuidado. Uma reflexão entre poesia, etimologia e simbolismo.

Ensaio, Texto

Logos X Legos: a guerra poética que a direita inculta não percebe 

Este é um assunto complicado, do qual pretendia falar há cerca de dois anos, mas sempre temi ser mal compreendido — normal para um poeta na modernidade —, taxado de arrogante e coisas do tipo. Mas, como num lampejo de obviedade, percebi que, quando o assunto é cultura, a taxa de leitores cai, e quando se trata de compreensão, os números descem ainda mais.

Cultura, Texto

Escritores, crianças e Freud explicando…

Nós, leigos, sempre sentimos uma intensa curiosidade […] em saber de que fontes esse estranho ser, o poeta, retira seu material, e como consegue impressionar-nos com o mesmo e despertar-nos emoções das quais talvez nem nos julgássemos capazes — Sigmund Freud, O poeta e o fantasiar (1908)

Poesia

Silêncio

Criança dormindo no berço (1928) de Hermann Knopf

Deleito no silêncio de minha voz
No silêncio da criança e suas bonecas
Das panelas a borbulhar no fogo
Da brisa que invade a casa com suas companheiras de estação:
As flores da mangueira

Poesia

Recriação

The Fall of Man (1592), by Cornelis Cornelisz. van Haarlem

Teus olhos em perigeu me sondam
Conhece cada víscera de meu pensamento
Dá nome às quimeras que no peito rondam
Conta a rota dos pés em enfadamento