Poesia

Chega o tempo

Hans Baldung [The Three Ages of Man and Death], 1510 (Detalhe)

Relembrando um verso antigo
Cheguei à conclusão
De que nada é tão antigo
Que não toque um coração
De forma tão severa
Como a chuva toca o chão

Relendo um verso novo
Consegui então entender
De que nada é tão novo
Que não possa parecer
Que o futuro é sempre longe
Por maior que deva ser

Vou vivendo de passado
Co’a esperança de Pandora
Degustando o calendário
Conhecendo a minha hora
P’ra que quando chegue o tempo
Eu não queira ir embora

E quando chegar o dia
Quem sabe em tenra idade
E um anjo me tomar
E quem sabe sem maldade
Eu possa viver de futuro
E não mais sentir saudade

Anderson C. Sandes — Julho de 2015

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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