Fichamentos e Resenhas

O Critério — Jaime Balmes

El Critério — O Critério: A obra é uma sistematização de conselhos e critérios para alcançar a verdade. Trata de desde a definição de conceitos como “pensar bem”, “atenção”, passando por descobrimento de objetos, das pessoas, do caráter de outrem, de si mesmo, formas para julgar veracidade de testemunhos, etc.

Jaime Luciano Antonio Balmes y Urpiá (28 de agosto de 1810 — Barcelona, 9 de julho de 1848), foi um filósofo e teólogo espanhol. Foi também apologista, sociólogo, político. É considerado uma das personalidades mais interessantes da Espanha da primeira metade do século XIX. Embora familiarizado a doutrina de Tomás de Aquino, é um filósofo original, sem pertencer a nenhuma escola.

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“El pensar bien consiste: o en conocer la verdad o en dirigir el entendimiento por el camino que conduce a ella”. Capítulo I, Consideraciones preliminares

“La atención es la aplicación de la mente a un objeto”. Capítulo II, La atención

  • A chave da perfeita atenção é ter um espírito atento.
  • Capítulo III, Elección de carrera: cada um de nós tem dons, talentos ou vocações dadas por Deus, devemos descobrir quais são por meio do estudo e experimentação.
  • O homem primeiro engana a si mesmo e depois aos outros. O conhecimento imediato das coisas pode provocar muitos erros.
  • Regras para julgar a conduta dos homens:

1) Não se deve confiar na virtude do homem comum, muito duramente posta à prova: nos extremos a fraqueza do homem tende a sucumbir, por isso às vezes é lícito e prudente desconfiar.

2) Para comparar qual será o comportamento da pessoa em um determinado caso, é necessário conhecer as circunstâncias do indivíduo (sua inteligência, natureza, caráter, moralidade, interesses e o quanto pode influenciar sua determinação)

3) Devemos ter muito cuidado para nos livrar de nossas idéias e afetos, e evitar pensar que os outros agirão como nós. Tendemos a julgar com base em nós mesmos, porque geralmente procedemos por analogia

  • Fazemos um JULGAMENTO quando dizemos se uma coisa é ou não, ou se é ou não de uma certa maneira. Se percebermos mal, o julgamento pode ser errado para nós. Os julgamentos errados seriam: falsos axiomas, proposições que são muito gerais, definições imprecisas, palavras indefinidas, suposições gratuitas e preocupações com uma doutrina.
  • Do dom de invenções: Um homem que já atingiu uma idade para estudos mais antigos deve aproveitar a oportunidade para inquirir sobre assuntos que nunca estudou. Mas se ele não foi agraciado com um talento para a invenção, será melhor para ele ficar onde estava, porque dificilmente poderá ir mais longe. Muito poucos têm esse dom de invenção. Se uma pessoa descobre seu talento para a invenção, não deve desperdiçá-lo, deve investigar, ir mais longe. Você deve procurar coisas que o levarão a uma posição mais elevada.
  • Para saber a verdade das coisas é necessário usar diferentes FACULDADES DA ALMA, incluindo o SENTIMENTO. Isso acontece quando essas verdades estão relacionadas a esse sentimento.
  • PAIXÕES X CONDUTA: devemos evitar as paixões, conhecer as nossas, e também conhecer nosso ânimo. As paixões nos ofuscam. O que precisamos é um conhecimento prático de seus resultados.
  • Alta SENSIBILIDADE pode ser perigosa. Isso é possuído por aqueles com grandes talentos. Os POETAS também são afetados por essa sensibilidade.
  • Grandes pensamentos nascem do coração e, portanto, grandes erros. Se a experiência não pudesse provar, a razão o faria. O coração só sente, não julga nem pensa, mas o sentimento sim. Quando o entendimento segue o caminho da verdade, é o sentimento nobre que o ajuda a continuar. O sentimento ignóbil não ajuda em nada, porque pode desviá-lo de seu caminho.

“Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida”.

Provérbios 4:23
  • RELIGIÃO: perda de tempo discutir com os indiferentes à religião; incrédulos são péssimos pensadores; religião estimula a busca pela verdade; ser indiferente com a religião é reduzir toda a tradição humana e produção de conhecimento e sabedoria; Deus pode se comunicar conosco; grandes sábios eram homens de fé

“Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião”. Francis Bacon

Algumas regras para o estudo da História: 1. Observe os meios usados ​​pelo historiador para encontrar a verdade e certifique-se de que são verdadeiros. 2. Não é recomendado confiar em narrativas com muitos intermediários, a testemunha ocular é preferível. 3. A testemunha ocular que não ganhou nem perdeu no evento histórico. 4. É preferível um historiador contemporâneo que cuide de suas diferentes opiniões e interesses, separando o fato narrado das causas e julgamentos apontados. 5. O autor anônimo não merece nossa confiança. 6. É importante ler a vida do historiador: lugar em que escreveu, espírito da época, as formas políticas de seu país. 7. Obras póstumas (publicadas após a morte do autor) são suspeitas de serem apócrifas ou alteradas. 8. Se o editor afirma ter posto ordem nos manuscritos, artigos não publicados ou memórias secretas do autor falecido, eles não merecem mais crédito. 9. Anedotas e perfis ocultos pertencentes à vida privada de pessoas famosas devem ser tratados com extrema desconfiança. 10. Se for sobre povos antigos, deve-se ter conhecimento exato de dados importantes para não cair na ignorância.

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Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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