— Onde está a tinta
Anderson C. Sandes — Outubro de 2018
para minha pena?
— Tomei-a, pensando
ser ela tóxica,
não era, todavia.
— Onde está a tinta?
— Oh, que pena!
Cuspo-a agora
em papel picado
cada palavra vã.
— Onde está a tinta?
— Ora, tomei-a,
já vos falei.
Tornei-me agora
tinteiro.
— Onde está a tinta, oh infeliz?
— A tinta habita em mim,
sou eu agora o tinteiro.
— E a pena?
— Sinto pena de mim.
— Basta!
