Muito frio
Escorado numa parede
Com meias nos pés
Com meias nas mãos
Com meias verdades
No meio coração.
Tag: Poema
Monologando co’a morte
Te vi em meu olhar
Num reflexo
De águas tranquilas
Este chão já foi o meu leito
Certo estou que ainda será
Outrora acima
Depois não sei
É sempre meia noite por aí
Por aqui é meia-noite
Mas é meio-dia na lua
Pobres lunáticos, não têm uma sombra de árvore pra descansar.
Talvez por isso repousem nas trevas.
Livro “Baseado em fardos reais”
Que descansa em paz? Não, querido leitor, eu não estou morto. Quem vos escreve não é um espectro branco e perturbado, é um poeta amarelo, que descansa em paz.
Reparou na belíssima capa? Tem como fundo a obra La Siesta, de Van Gogh, pintor sobre qual Mário Quintana reflete: Se não fosse o Van Gogh, o que seria do amarelo? Veio bem a calhar, uma obra de Van Gogh adornando a obra de um poeta amarelo, envelhecido.
Quatro notas
Poema dedicado a Tailan Cavalcante, que descansa em paz. Durante à noite, estávamos juntos entre outros, a cantar ao som de um violão; durante o dia, estávamos todos em volta de seu pálido caixão. Faleceu enquanto dormia. Tive a oportunidade de recitar um poema — que já não tenho mais — em sua missa de sétimo dia. Mesmo num momento de muita tristeza, a sua memória nos alegrava.
Hoje velho
Um poema sobre a velhice. Uma velhice repleta na esperança de um salvador que preparou um lugar para aqueles que creem. — Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. [João 14: 1-3]