Esta embotada imagem
Do céu de Alagoas
Na xícara de café
Não se compara àquela
Alvorada em Jacaré dos Homens
Tag: Poesia
Setembro e a bile negra
Às vésperas de setembro
Surge a bile negra
Amiúde, ano a ano
D’onde não lembro
Homem réptil
Deixou a toca pela manhã, covil
Pele a descamar da pálida face
Gelado aquele inverno, sangue frio
Respiga de liberdade
Respiga de liberdade é um poema sobre liberdade de expressão, na verdade, sobre a falta da liberdade de expressão. A sextilha abaixo traz, de modo análogo, personagens que buscam liberdade e não encontram, como respigadores que vão ao campo recolher as sobras da colheita e não acham nada. O que antes era seara passa a ser um deserto. Respiga de liberdade é um poema sobre o Brasil de nossos tempos. Em seguida, o poema na íntegra, após o mesmo, uma breve análise por trechos.
Elogio à humildade
Dai privação ao opulento
e haverá miséria,
ranger de dentes.
Cessará o riso a contento,
e a canção etérea
outrora correntes
Sobre a arte poética — Aristóteles
Sobre a arte poética (ou Poética) provavelmente registrada entre os anos 335 a.C. e 323 a.C., é um conjunto de anotações das aulas de Aristóteles sobre o tema da poesia e da arte em sua época, pertencentes aos seus alunos escritores (para serem transmitidos oralmente aos seus alunos) ou esotéricos (textos para iniciados).
Quiasma cósmico
Circunda a rotunda Selene
Ao agito de frias ondas
A banhar a alva areia
Tão clara ao brilho perene
Arrefece amantes em rondas
Sob a bela lua cheia
Sublimação
A tinta que ora jorra o impresso
fora hemorrágica em outrora,
pulsa produtividade tal
da inatividade vital de agora.
Ah, vintém poupado ao bolso,
não vai ao divã, ao fosso,
sublimou da mágoa ao gozo
o dente amarelo restaurado.