Dentre os dentes há sorriso, só riso.
Olha o olhar, uma dose alegre. Uma dó… se alegre!
Não se mente para a mente. Mas a mente sempre mente.
Um dia desabafaremos. Desaba… faremos de novo.
Autor: Anderson C. Sandes
[Po] Ética de jardineiro
Nos tempos em que eu [poes] ia
Anderson C. Sandes —Fevereiro de 2015
Ver [so] as flores no jardim
Me faltava [inspir] ação, ao regar
As borbo let[r]as em cima da jasmim.
Minha amiga secreta
Era o final daquele ano letivo; o ano era 2003. Eu cursava a 4ª série do fundamental, em Santa Catarina. As professoras resolveram organizar um “amigo secreto”, e estipularam um valor mínimo para o presente em R$ 10,00 (dez reais).
Dez reais era tanto dinheiro pra minha família naqueles tempos… mas consegui. Não me lembro quem eu tirei no sorteio, nem lembro o que comprei para esta pessoa, mas lembro que o presente custou exatamente dez reais.
Incerta canção
Um poema que, na voz e violão de Gil Silva, amigo meu, tornou-se canção. O eu lírico expressa falta de pertencimento, solidão, desmotivação, dúvidas. Expressa contrastes e sínteses das coisas que vê: aves felizes voando em meio à fumaça; sorriso amarelo (expressão de falsidade) combina-se com azul (símbolo de euforia), resultando num verde sem graça, etc.
Muito frio
Muito frio
Escorado numa parede
Com meias nos pés
Com meias nas mãos
Com meias verdades
No meio coração.
Monologando co’a morte
Te vi em meu olhar
Num reflexo
De águas tranquilas
Este chão já foi o meu leito
Certo estou que ainda será
Outrora acima
Depois não sei
É sempre meia noite por aí
Por aqui é meia-noite
Mas é meio-dia na lua
Pobres lunáticos, não têm uma sombra de árvore pra descansar.
Talvez por isso repousem nas trevas.
Oh, tímida
Vejo-te sorrir olhando p’ra terra
Será de timidez que olhas o chão?
As nuvens acima e o solo em guerra
O que está mais próximo ao teu coração?
Livro “Baseado em fardos reais”
Que descansa em paz? Não, querido leitor, eu não estou morto. Quem vos escreve não é um espectro branco e perturbado, é um poeta amarelo, que descansa em paz.
Reparou na belíssima capa? Tem como fundo a obra La Siesta, de Van Gogh, pintor sobre qual Mário Quintana reflete: Se não fosse o Van Gogh, o que seria do amarelo? Veio bem a calhar, uma obra de Van Gogh adornando a obra de um poeta amarelo, envelhecido.