Ah, quem me dera um lar no Pacífico
Anderson C. Sandes — Maio de 2015
De fronte ao oceano sem memória
Eu não sei nadar. Eu não sei nada
Quero um lar pacífico, quero uma história.
Um lugar onde não haja Apolo de mármore
Apenas padrão do que deva ser belo
Onde o que é de barro aceite sua condição
Quero um lar pacífico, quero um lar singelo.
Quero um lugar, um lar de fronte ao mar
Mas que tenha cheiro de mato, de flores
Onde as molduras não sejam o limite da arte
Quero um lar pacífico, lugar cheio de cores.
Ah… uma casinha amarela, com telhado de estrelas
Que tenha pelos cantos muitas páginas pra ler
Que todas as paredes sejam janelas abertas
Quero um lar pacífico, quero um lugar pra viver.
E depois, só me faltará aprender.
Aprender a nadar.
Um lugar pra viver

Vincent van Gogh [Farmhouse in Provence], 1888 (Detalhe)