Poesia

De Babilônia a Patmos

Peter Paul Rubens [Daniel in the Lions' Den], 1614–1616 (Detalhe)

Vem vindo um mar de gente
Seguram-se os ventos de guerra
Há um animal que governa
E oprime um povo inocente

Uma meretriz que é rainha
Que outrora foste de ouro
Leão, guardião de tesouro
Língua afiada, mesquinha

Mulher montada em dragão
Tomando vinho em domingo
O sangue não é de um amigo
Sagrado não é mais o pão

Esposa que espera o esposo
De branco, vestida de linho
Verdade, vida e caminho
Na fronte, carrega o Repouso

Em ferro e em barro vivendo
Vivendo também de esperança
Com o pouco que resta de herança
Andando, e às vezes correndo

Olha lá! Vem voado o Miguel
E estrelas mais lindas que o sol
Na terra, se abre o sheol
E eu vou subir para o céu

Anderson C. Sandes — Junho de 2015
Titian. Saint John the Evangelist on Patmos (1547)

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

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