Poesia

Cada qual em seu lugar

Ambrosius Bosschaert the Elder [Flower Still Life], 1614 (Detalhe)

Por mais que eu cante
Não me vêm as borboletas
Inda que’u grite
Não me responde a lua
Deve estar cheia… cheia de mim

Pr’onde vão as borboletas
Quando fogem de mim?
Seja lá onde for
Rejeitam meu canto
E cá estou em meu canto

Ao longe se grita, ao perto se canta

Oh borboletas e lua
Ambas tão cheias de fazes
Cheias de mínguas… crescentes
Em busca de nova vida

Talvez para à lua vão as borboletas
E ficam em silêncio
Sem grito e sem canto
E cá fico, em meu canto.

Anderson C. Sandes — Agosto de 2016

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *