De todas as minhas voltas…
Anderson C. Sandes — Agosto de 2016
De todas as minhas voltas…
Uma não reparei
Foi a que dei em torno de mim
Vi tudo o que há de rotação
Mas não percebi minhas sete
Meias-voltas e o voltar
Para o caminho d’onde vim
Pensei ter sido dejavu
Mas não… as pegadas eram minhas
De todas as minhas voltas…
De todas as minhas voltas…
(Uma memória me veio)
Por isso que o cosmos gritava:
— Meia-volta, volver
— Meia-volta, volver
E eu refletia:
— Deve estar louco…
— Deve estar louco…
E assim… eu, sendo já eu
Tornei-me descobridor de mim
Como um náufrago inglês
Que descobre a Inglaterra.
Voltas

Carl Frederik Sørensen [A Wreck on the West Coast of Jutland at Sunset], 1847 (Detalhe)