Poesia

Caraibeira

Vincent van Gogh [The Large Plane Trees], 1889 (Detalhe)

Qual caraibeira florescida
com vagens verdinhas e longas
surgi, depois d’um inverno quente
e longo verão brasil.

Com vergonha dos pardais
calei o canto rouco da manhã;
manhã que logo veio,
sem que percebesse meus olhos.

Despeço-me, oh caraibeira!
Tão amarelada quanto eu.
Como não, se fujo do sol
que te embeleza?

Ficai, pois, pardais a cantar!
Mas outra canção,
que seja de ninar.
Dirijo-me ao leito,
depois de sonhar,
e que agora eu não sonhe
quando a vista fechar.

Ouça-os, pois, amiga frondosa,
que embeleza meu quintal.

Anderson C. Sandes — Outubro de 2018
Flores de uma caraibeira. Imagem: Reprodução / Internet

Publicado por Anderson C. Sandes

Poeta, cronista, ensaísta, autor de Baseado em Fardos Reais; Arte e Guerra Cultural: preparação para tempos de crise; organizador da Antologia Quando Tudo Transborda. Pedagogo. Vivo de poesia pra não morrer de razão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *