Cala-te, oh boca cansada!
Anderson C. Sandes — Abril de 2018
Afia tua língua entre os dentes,
Afim de seres mortal,
Afim de não seres banal.
Fala, oh lâmina afiada!
Choca aquele que escuta!
Dá-lhe um golpe de verdade,
Dá-lhe perturbações à alma.
Descansa para poderes tirar o sono!
Tira os sonos de outrem,
Deixe-os em claro… na luz.
Deixe-se descansar nas trevas.
Que teus olhos vejam muitas terras,
Que vejam mais que os pés.
Que se cansem os teus pés,
Mas que as vistas continuem a viagem.
Mantenha limpa suas vestes,
E vibrante tua capa…
Carregue sempre flechas em sobra,
Carregue o que não te enfade.
Afasta-te do tolo e dos seus lábios,
Afasta-te da vulgar e dos seus lábios,
Afasta-te por penitência…
Por seres tolo e vulgar.
Aproxima-te do sábio e dos seus lábios,
Aproxima-te da virtuosa e dos seus lábios,
Aproxima-te por penitência…
Por seres tolo e vulgar.
Não grite para os surdos,
Não emudeça pra quem tem sede,
Não lance pérolas aos porcos,
Não emporcalhes o que é precioso,
Se esqueceres de todo o conselho
Lembra-te apenas deste:
Clamai alto e longo por sabedoria,
Por seres tolo e vulgar.
Conselhos d’um ermitão urbano
![](https://andersonsandes.com.br/wp-content/uploads/2019/11/Berthold-Woltze.-Good-Advice-Is-Expensive-1873-1.jpg)
Berthold Woltze [Good Advice Is Expensive], 1873 (Detalhe)
Curso de auriculoterapia disse:
Aqui é a Fernanda parabéns pelo conteúdo do seu site gostei muito deste artigo, tem muita qualidade vou acompanhar o seus artigos.