Havia num porão uma criança, um garotinho de seis anos de idade, ou menos ainda. Esse garotinho despertou certa manhã no porão úmido e frio. Tiritava, envolto nos seus pobres andrajos. Seu hálito formava, ao se exalar, uma espécie de vapor branco, e ele, sentado num canto em cima de um baú, por desfastio, ocupava-se em soprar esse vapor da boca, pelo prazer de vê-lo se esvolar. Mas bem que gostaria de comer alguma coisa. Diversas vezes, durante a manhã, tinha se aproximado do catre, onde num colchão de palha, chato como um pastelão, com um saco sob a cabeça à guisa de almofada, jazia a mãe enferma. Como se encontrava
Autor: Anderson C. Sandes
Didascalicon: a arte de ler — Hugo de São Vítor
Darei início à leitura e fichamento da obra Didascalicon: a arte de ler do Hugo de São Vítor, pela editora Vide Editorial. Os principais temas tratados são: educação, leitura, filosofia, teologia.
O Elogio da Loucura — Erasmo de Roterdã
Citações da obra de Erasmo de Roterdã: O Elogio da Loucura. Cabe lembrar que o discurso da obra não é exatamente o pensamento de Erasmus; a obra trata-se de uma sátira em que o autor seria a personagem da Loucura.
O Trabalho Intelectual — Jean Guitton
Inicio aqui a leitura e fichamento da obra “O Trabalho Intelectual”, do Jean Guitton, pela editora Kírion. Palavras-chave: #Intelectual #Estudo #Leitura #Trabalho #Descanso
Epígrafe: “As verdades mais preciosas são aquelas que se descobrem por último; mas as verdades mais preciosas vêm a ser os métodos”. — Nietzsche
O sonho de um homem ridículo — Fiódor Dostoiévski
Narrativa fantástica, 1877.
I
Sou um homem ridículo. Agora já quase me têm por louco. O que significaria ter ganho em consideração, se não continuasse sendo um homem ridículo. Mas eu já não me aborreço por causa disso, agora já não guardo rancor a ninguém e gosto de toda a gente, ainda que se riam de mim… sim, senhor, agora, não sei por quê, mas sinto por todos os meus próximos uma ternura especial. Teria muito gosto em acompanhá-los no vosso riso… não precisamente nesse riso à minha custa, mas sim pelo carinho que me inspiram, se não me fizesse tanta pena vê-los. É pena que não saibam a verdade. Oh, meu Deus! Quanto custa isso de ser um só a saber a verdade! Mas isto não compreendem eles. Não, nunca compreenderiam isto.
Chega a noite
Chega a noite
Vão-se as moscas
Voltam-se os mosquitos
As primeiras zumbirão suas filosofias
Larvais em outros ares
Os segundos querem sangue
E ferem mais fundo
Mais profundo na gente
Que bate, que bate
Que mata
Caraibeira
Qual caraibeira florescida
com vagens verdinhas e longas
surgi, depois d’um inverno quente
e longo verão brasil.
Bole bole, criança
Esses terreiros tortos
com crianças buliçosas só têm aqui!
Pr’acolá pode ter… mas não é igual,
boa bagunça e gritaria só em nosso quintal.
Das memórias que perdi
Quem seria eu agora,
sem saber quem fora em outrora?
Se dantes fui moço,
tento debalde recordar das paixões…
[…] oxalá! Que eu tenha tido, meu Deus!