A quem se dedica uma dor?
Essa dor de cicatriz
Essa dor de passado
Essa dor que não passa
Ferida fechada há tempos
Mas traz na pele a memória
Tag: Poesia
Da imaginação
Fecham-se os olhos
E viro um herói
O melhor poeta
O melhor atleta
O melhor de mim
O melhor que não sou
Jubileu de quê?
Aquele que é profundo
Sofrerá profundamente
Fará tudo pelas profundezas
Pagará o preço por sentir em dobro
Cosmos jardim
Bem arado foi o céu
Enchido com sementes de estrelas
Como serão suas flores?
Rosadas de luz? Cheias de cores?
Quem as colherá? Quem escolherá?
Humor solitário
Algo me trouxe alegria
E resgatou o meu riso
Como qualquer bobo que ri
Ri
Como quem sente cheiro de café
Como quem ouve as primeiras palavras de criança
Como o por do sol que traz o Shabbat
Como um “eu te amo” antes de dormir
Chega o tempo
Relembrando um verso antigo
Cheguei à conclusão
De que nada é tão antigo
Que não toque um coração
De forma tão severa
Como a chuva toca o chão
Vida em papel
Que mundo de papelão
Cheio de seres de machê
De vida difícil e de fácil fim
Ah, este mundo de poeira
Cheio de homens de barro
Pequenos porrões pisando em betão pintado
Pintado por mãos
Não por acaso
De Babilônia a Patmos
Vem vindo um mar de gente
Seguram-se os ventos de guerra
Há um animal que governa
E oprime um povo inocente
Um lugar pra viver
Ah, quem me dera um lar no Pacífico
De fronte ao oceano sem memória
Eu não sei nadar. Eu não sei nada
Quero um lar pacífico, quero uma história.