Infantil, Poesia

Correr como criança

Claude Monet [The Artist's Garden at Vétheuil], 1880 (Detalhe)

Que saudade de correr
Mas correr como criança
Correr atrás da bola
Correr atrás da abelha
Correr para abraçar
Correr, só por correr

Poesia

Só riso

Bartolomé Esteban Murillo [Two women at a window], 1660 (Detalhe)

Dentre os dentes há sorriso, só riso.
Olha o olhar, uma dose alegre. Uma dó… se alegre!
Não se mente para a mente. Mas a mente sempre mente.
Um dia desabafaremos. Desaba… faremos de novo.

Poesia

[Po] Ética de jardineiro

Vincent van Gogh [Irises], 1889 (Detalhe)

Nos tempos em que eu [poes] ia
Ver [so] as flores no jardim
Me faltava [inspir] ação, ao regar
As borbo let[r]as em cima da jasmim.

Anderson C. Sandes —Fevereiro de 2015
Música, Poesia

Incerta canção

Jan Ekels II [A Writer Trimming his Pen], 1784 (Detalhe)

Um poema que, na voz e violão de Gil Silva, amigo meu, tornou-se canção. O eu lírico expressa falta de pertencimento, solidão, desmotivação, dúvidas. Expressa contrastes e sínteses das coisas que vê: aves felizes voando em meio à fumaça; sorriso amarelo (expressão de falsidade) combina-se com azul (símbolo de euforia), resultando num verde sem graça, etc.

Poesia

Muito frio

Claude Monet [The Magpie], 1868–1869 (Detalhe)

Muito frio
Escorado numa parede
Com meias nos pés
Com meias nas mãos
Com meias verdades 
No meio coração.

Poesia

Houve-te

Imagem: Reprodução / Internet

Permita-me dizer
Que antes de tu(do) veio a luz
E assim foi, p’ra que eu pudesse te ver.

A ti foi dado odor de poesia
Uma beleza primaveral
E um toque de canções.

Música, Poesia

Monologando co’a morte

Francisco de Goya [Saturn Devouring One of his Children], 1819-23 (Detalhe)

Te vi em meu olhar

Num reflexo
De águas tranquilas

Este chão já foi o meu leito
Certo estou que ainda será
Outrora acima
Depois não sei

Poesia

É sempre meia noite por aí

Vincent van Gogh [Starry Night over the Rhône], 1888 (Detalhe)

Por aqui é meia-noite
Mas é meio-dia na lua
Pobres lunáticos, não têm uma sombra de árvore pra descansar.
Talvez por isso repousem nas trevas.

Poesia

Oh, tímida

Jean-Honoré Fragonard [Young Girl Reading], 1770 (Detalhe)

Vejo-te sorrir olhando p’ra terra
Será de timidez que olhas o chão?
As nuvens acima e o solo em guerra 
O que está mais próximo ao teu coração?

Livro, Poesia

Livro “Baseado em fardos reais”

Que descansa em paz? Não, querido leitor, eu não estou morto. Quem vos escreve não é um espectro branco e perturbado, é um poeta amarelo, que descansa em paz.

Reparou na belíssima capa? Tem como fundo a obra La Siesta, de Van Gogh, pintor sobre qual Mário Quintana reflete: Se não fosse o Van Gogh, o que seria do amarelo? Veio bem a calhar, uma obra de Van Gogh adornando a obra de um poeta amarelo, envelhecido.