O poema a seguir é inspirado em No Meio do Caminho, de Carlos Drummond de Andrade. Segundo uma teoria, o autor teria usado de um anagrama: Pedra tem as mesmas letras que Perda. Segundo ainda tal teoria, o poema teria sido para expressar a perda de seu filho, que sobreviveu apenas por meia hora, depois do parto. Meu poema, apesar da referência, não traz a mesma conotação. Falo de oportunidades perdidas, escolhas, pessoas, e tudo o que se pode optar na vida. Deixo abaixo de meu poema, um recital do poema de Drummond.
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Cada qual em seu lugar
Por mais que eu cante
Não me vêm as borboletas
Inda que’u grite
Não me responde a lua
Deve estar cheia… cheia de mim
Profunduras
Plantada é a semente,
e a raiz se aprofunda.
Para ser a mais crescente
mais e mais ela se afunda
Perdoe minha dureza,
mas ser mole me arrasou.
Vim da profundeza
Ser profundo é o que sei,
é o que sou.
Soneto de tímido
Oh, ser estranho, permaneça fechado
P’ra que não fujam teus monstros
E que não haja muitos encontros
Entre tu, libertador, e o libertado
Morte e vida severina — João Cabral de Melo Neto
Baixe aqui o PDF da obra de João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina. A obra foi escrita entre 1954 e 1955 e publicado em 1955. O nome do livro é uma alusão ao sofrimento enfrentado pelo personagem Severino. O livro apresenta um poema dramático, que relata a dura trajetória de um migrante sertanejo (retirante) em busca de uma vida mais fácil e favorável na capital pernambucana. O arquivo tem ótima diagramação.
Pedro Pedro
Pedro parecia perecer
Parava, pensava… pulava
Pulava pelos pântanos
Pântanos pensados por Pedro
Pedro pedia pão
Pobre Pedro…
Pesadas portas