Começam a amarelar as fotos
dos tempos pueris.
(Bons tempos…)
Amarela o sorriso,
amarelam alguns livros,
amarelam as cartinhas,
(onde quer que elas estejam…)
amarelam as memórias
que não são mais tão claras,
e os ossos, e a pele…
Tag: Anderson C. Sandes
Textos autorais de Anderson C. Sandes.
Conselhos d’um ermitão urbano
Cala-te, oh boca cansada!
Afia tua língua entre os dentes,
Afim de seres mortal,
Afim de não seres banal.
Da chuva que cai
Quão apressadas caem
essas gotas nos torrões.
Como quem sente saudade,
logo voltam a correr, seguem o curso
como fora em outrora.
Do ser o que é
Concentro-me em algaravias amiúdes
De arquétipos mui caros…
Tento ouvir a todos.
Alguns corifeus de meus valores amados,
Valores escritos em lábaros…
Que se perderam em meio à escatologia,
(E tantas outras “gias”)
Mentalidade vermelha
Oh, Mentalidade vermelha
Que com foices abrem crânios
E com martelos esmagam a massa cinzenta
Esmagam a massa…
E cinza é o seu futuro
Non ego sum
Não me associo a eles
Que coisa terrível
Oh, que coisa terrível
parecia fazer aquele homem.
Todos olhavam, se cutucavam e apontavam.
— De que se trata?
Perguntavam os desavisados,
que de longe forçavam as vistas
para ver o conteúdo que o indivíduo portava.
Esta cidade
Fico cá nesta cidade
Com seus muitos becos
Suas muitas ruelas
De jovens parados
E afazeres efêmeros
Julgo eu, todavia.