Que mundo de papelão
Cheio de seres de machê
De vida difícil e de fácil fim
Ah, este mundo de poeira
Cheio de homens de barro
Pequenos porrões pisando em betão pintado
Pintado por mãos
Não por acaso
Textos autorais de Anderson C. Sandes.
Que mundo de papelão
Cheio de seres de machê
De vida difícil e de fácil fim
Ah, este mundo de poeira
Cheio de homens de barro
Pequenos porrões pisando em betão pintado
Pintado por mãos
Não por acaso
Vem vindo um mar de gente
Seguram-se os ventos de guerra
Há um animal que governa
E oprime um povo inocente
Ah, quem me dera um lar no Pacífico
De fronte ao oceano sem memória
Eu não sei nadar. Eu não sei nada
Quero um lar pacífico, quero uma história.
Que saudade de correr
Mas correr como criança
Correr atrás da bola
Correr atrás da abelha
Correr para abraçar
Correr, só por correr
Nos tempos em que eu [poes] ia
Anderson C. Sandes —Fevereiro de 2015
Ver [so] as flores no jardim
Me faltava [inspir] ação, ao regar
As borbo let[r]as em cima da jasmim.
Um poema que, na voz e violão de Gil Silva, amigo meu, tornou-se canção. O eu lírico expressa falta de pertencimento, solidão, desmotivação, dúvidas. Expressa contrastes e sínteses das coisas que vê: aves felizes voando em meio à fumaça; sorriso amarelo (expressão de falsidade) combina-se com azul (símbolo de euforia), resultando num verde sem graça, etc.
Muito frio
Escorado numa parede
Com meias nos pés
Com meias nas mãos
Com meias verdades
No meio coração.
Por aqui é meia-noite
Mas é meio-dia na lua
Pobres lunáticos, não têm uma sombra de árvore pra descansar.
Talvez por isso repousem nas trevas.