Sir Philip Sidney (1554–1586) foi cortesão, político, soldado, poeta inglês nascido em Penshurst, Kent, patrono das ciências e das artes da Inglaterra. De família nobre e influente, foi educado para seguir a carreira política e militar. Estudou em Oxford e em seguida, durante três anos, viajou pela Europa, quando aperfeiçoou seu domínio do latim, francês e italiano. Familiarizou-se com a política européia e travou conhecimento com vários chefes de estado.
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Pequeno gigante
O homenzinho que ora
simula um colosso
faz sua pose desajeitada
Três motivos fundamentais para aprender a gostar de Poesia
Longe de mim, caro leitor atento, intencionar mero utilitarismo à poesia. De tal escola passo ao largo, vendo poesia — poíesis (ποίησις, no grego) — como: ato de criar ou fazer, como matriz, e por vezes nutriz, não como mero artifício, técnica, ou gênero literário com fins supostamente úteis. Oscar Wilde certa vez escreveu: “A Arte é completamente inútil” — in O Retrato de Dorian Gray. Tendo a crer que o escritor disse, de modo tímido e com foco em outras questões, que a arte está para além das utilidades, pois a transcende num arroubo sublime, quase que viva, permitindo-se ser utilizada vez ou outra. Nunca ouvi alguém questionar o porquê da beleza da natureza ou de obras humanas, apenas expressam seus sentimentos em poucas interjeições indignas. Certa feita até já cunhei em médio discurso, como que impelido pelas musas: “a poesia não serve, pois é senhora”.
O velho Emílio
In memoriam de Emílio Cordeiro de Lima
Jaz a lua minguante
Sobre a serena garoa
Que pega fúria
Horas depois da viração
Chega a noite
Chega a noite
Vão-se as moscas
Voltam-se os mosquitos
As primeiras zumbirão suas filosofias
Larvais em outros ares
Os segundos querem sangue
E ferem mais fundo
Mais profundo na gente
Que bate, que bate
Que mata
Caraibeira
Qual caraibeira florescida
com vagens verdinhas e longas
surgi, depois d’um inverno quente
e longo verão brasil.
Bole bole, criança
Esses terreiros tortos
com crianças buliçosas só têm aqui!
Pr’acolá pode ter… mas não é igual,
boa bagunça e gritaria só em nosso quintal.
Das memórias que perdi
Quem seria eu agora,
sem saber quem fora em outrora?
Se dantes fui moço,
tento debalde recordar das paixões…
[…] oxalá! Que eu tenha tido, meu Deus!